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Chegou a Minha Vez de Ajudar | Sofia Tavares - Ex-bolseira

Criado em 30 de Junho de 2021

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"Chegou a Minha Vez de Ajudar", Sofia Tavares - Ex-bolseira


Na segunda-feira, (08.06.2021), recebemos, com agrado, uma visita surpresa da Sofia Tavares, uma ex-bolseira, que estudou em Portugal, país onde trabalha e faz a sua especialização no momento. Estando de férias em Cabo Verde, Sofia Tavares quis agradecer pessoalmente o apoio que recebeu, e saber como pode ajudar a FICASE a ajudar mais alunos que como ela precisam de auxílio financeiro para transformar a sua vida. Portanto, aceite o convite, e venha conhecer mais uma história de sucesso de uma ex-bolseira, que desde 2020, tem sido uma doadora regular. Como sempre, contamos com a sua opinião e partilha desta história.

 


Por: Moacy A. Pina | Fotografias: Wilson Borges


 

Antes de mais, apresente-se. Quem é Sofia Tavares?

A Sofia Tavares é uma jovem cabo-verdiana (com muito orgulho!!!) em crescimento, do ponto de vista do desenvolvimento humano. Uma jovem que cresceu com bons hábitos de estudo e que sempre gostou de estudar. Fui muito aplicada na parte académica, tendo percebido durante a adolescência que o meu sonho era ser médica. Então, enveredei-me para a área das ciências e no final do secundário consegui ser a melhor aluna do meu Liceu (Domingos Ramos) no meu último ano. Tendo terminado o 12º ano, tinha chegado a hora de escolher um curso e ir à procura de uma vaga para ir para a Universidade.

Como aqui em Cabo Verde não havia a possibilidade de fazer o curso de Medicina, teria que ser no exterior. E na altura tinha algumas oportunidades, nomeadamente na China, no Brasil e em Portugal. Mas como eu já conhecia Portugal, já tinha ido de férias, soube logo que era aí que queria estudar e desenvolver o meu futuro a nível profissional. Então em 2013, parti para fazer o curso de Medicina (que são 6 anos) na cidade da Covilhã, próximo de Castelo Branco. Correu tudo muito bem, tendo sido até agora uma das melhores experiências que já tive. Aprendi muito com o sair de casa, mesmo tendo ido para uma cultura não tão diferente da minha. Após terminar o curso, fiz um estágio de um ano (que é obrigatório em Portugal), que decorreu durante o ano de 2020.

 

"Eu cresci desde pequena sempre rodeada de muitos livros e desenvolvi um enorme gosto pela leitura o que me facilitou grandemente depois no curso de medicina, pois tínhamos uma grande quantidade de textos para ler".

 

Sofia Tavares - Ex-bolseira

 

Agora em 2021, fui à procura da especialização. Entrei na especialidade de Medicina Geral e Familiar, que lá em Portugal é o que desempenha as funções de “médico de família”. Estes profissionais trabalham nos centros de saúde e atendem populações diversas, desde crianças a idosos, tanto saudáveis, numa vertente preventiva, como em fase de doença. São 4 anos de especialização, por isso, daqui a 4 anos já serei especialista, podendo decidir se tenho condições para voltar para casa ou se fico em Portugal. O futuro ainda me aguarda.

 

 

Queria abrir aqui um parêntesis para salientar o quanto foi importante para o meu sucesso escolar e desenvolvimento pessoal, crescer no seio de uma família – a minha família do lado materno - que me transmitiu um conjunto de valores, de entre os quais, o valor da educação e de darmos o nosso melhor em cada etapa da nossa vida para alcançarmos os nossos objetivos. Dentro das suas possibilidades não pouparam esforços para colocar à minha disposição todas as “ferramentas” para uma melhor aprendizagem. Eu cresci desde pequena sempre rodeada de muitos livros e desenvolvi um enorme gosto pela leitura o que me facilitou grandemente depois no curso de medicina, pois tínhamos uma grande quantidade de textos para ler.

 

O que a levou a procurar a FICASE?

Na altura, quando terminei o 12º ano, quem pretendesse continuar os estudos a nível universitário, ia à “caça das vagas”. A DGESC era responsável por publicar os concursos para a obtenção de vagas. Ao mesmo tempo, lançava também os concursos das bolsas de estudo. Eu candidatei-me para uma vaga para Portugal e para a bolsa de mérito, dado que saí do secundário com uma média excelente.

 

"Candidatei-me à bolsa de mérito e consegui. Lembro-me do dia que vim assinar o contrato, contrato esse que guardo uma cópia até hoje. O regulamento referia, embora sem caráter de obrigatoriedade, que quem usufruísse de bolsa, no futuro, procurasse contribuir de volta..."


Pronto, foi assim que eu entrei em contato com a FICASE. Candidatei-me à bolsa de mérito e consegui. Lembro-me do dia que vim assinar o contrato, contrato esse que guardo uma cópia até hoje. O regulamento referia, embora sem caráter de obrigatoriedade, que quem usufruísse de bolsa, no futuro, procurasse contribuir de volta pois, não sendo uma bolsa reembolsável, é a forma que o país encontrou para ajudar as famílias e os jovens em particular, no seu processo de formação académica e ao mesmo tempo formar os seus recursos humanos para darem o seu contributo para o desenvolvimento do país.

 

Doravante, enquanto ex-bolseira, qual vai ser a sua colaboração com a FICASE?

Neste momento, como ainda estou a fazer a especialização, tenho alguma dificuldade em contribuir aqui no país, e foi por isso que contactei a FICASE. Pretendo ajudar, sensibilizando e incentivando mais jovens que, como eu, também estudaram no exterior com ajuda da bolsa de estudo providenciada pela FICASE, e criando um círculo de ajuda-retribuição. A educação abre portas para um futuro melhor, e no que eu conseguir contribuir, ficarei muito contente por ajudar outros jovens.


Sofia Tavares - Ex-bolseira

 

Quando eu terminei o meu curso na altura, tive logo o pensamento de “chegou a minha vez de ajudar”. E logo na minha primeira visita de férias a Cabo Verde eu e a minha mãe já tínhamos vindo à FICASE saber como poderíamos começar a retribuir de alguma forma. Eu estive seis anos a fazer um curso superior no exterior com a ajuda da bolsa da FICASE. Naturalmente que contei também com a ajuda da minha família, mas seria muito difícil alcançar essa etapa com sucesso, sem ajuda dessa bolsa. Portanto, chegando a minha vez de ajudar, procurei a FICASE no sentido de perceber o que é que eu posso fazer lá fora, junto com os meus colegas, talvez apoiar na formação de um grupo, com os mesmos objetivos de ajudar os jovens que mais precisam cá em Cabo Verde, para prosseguir os seus estudos.


 

"O pouco de uns irá transformar-se em muito, se todos nós contribuirmos, na medida das nossas possibilidades, para além de eu considerar tratar-se de um dever cívico e moral."


 

Que mensagem deixa aos ex-bolseiros da FICASE?

Aproveito esta oportunidade para deixar uma mensagem, a todos os que beneficiaram da bolsa, que usufruíram desta grande ajuda do Governo de Cabo Verde através da FICASE, a pensarem como podem contribuir de volta, não só individualmente, mas também na comunidade académica e dos recém-formados, dos seus amigos e familiares; espalhar a mensagem, angariar mais pessoas que tenham usufruído e formar uma onda de solidariedade. É assim que se consegue multiplicar pequenos gestos, através de “passa a palavra”, quanto mais pessoas a participar melhor. O pouco de uns irá transformar-se em muito, se todos nós contribuirmos, na medida das nossas possibilidades, para além de eu considerar tratar-se de um dever cívico e moral. Este projeto pretende ajudar os jovens a construir os seus sonhos, que retribuem depois para juntos construirmos um Cabo Verde melhor.


Qual o/a ex-bolseiro/a vai desafiar a fazer o mesmo?

Agora gostaria de desafiar a minha grande amiga Ivânia Furtado a participar desta onda, nesta campanha da FICASE: “chegou a minha vez de ajudar”. Espero que ela participe e que traga mais gente para ajudar.


Junta-te a nós. És ex-bolseiro(a)? Vem participar, diz agora é a Minha Vez de Ajudar!

 


FICASE | Juntos para uma Educação Inclusiva e de Qualidade